O mês de julho começou trazendo um novo cenário epidemiológico da Covid-19 no Estado e em todo o país. Houve um aumento significativo na taxa de transmissão, o que configura a segunda maior onda deste ano, de acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde Espírito Santo (Sesa). A maior delas ocorreu no primeiro trimestre, quando ficou registrado um aumento nos meses de janeiro e fevereiro, especialmente após os períodos de festividades e comemorações devido as aglomerações.
Diante do novo panorama de aumento do número de casos de Covid-19, a Associação dos Economiários Aposentados do Espírito Santo (AEA/ES) precisou suspender temporariamente o atendimento presencial na sede da associação nos próximos dias para evitar maiores consequências para o time de colaboradores, conforme explica o presidente Paulo Guimarães Pereira.
“Perante a situação atual, a AEA/ES está tomando alguns cuidados e providências e vamos aguardar mais alguns dias para retornar com nossos atendimentos presenciais, até por medidas de precaução em função de todo esse ambiente. Como nosso quadro de colaboradores já foi acometido uma vez, embora esteja tudo bem hoje, a prudência nos pede que fiquemos afastados. Então, a prevenção agora é nossa melhor aliada realmente”, finaliza o presidente.
O infectologista, epidemiologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Crispim Cerutti Junior alerta que “todos devem se conscientizar de que a Covid-19 ainda não acabou”. Para ele, “é importante garantir que a vacinação esteja em dia. Há grandes riscos ainda, especialmente para as pessoas que não estão devidamente vacinadas, pois as complicações relacionadas e vulnerabilidades são as mesmas do período inicial da pandemia. Vale fazer um alerta, principalmente para os casos de pessoas consideradas do grupo de risco, que apresentam comorbidades, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças coronarianas, obesidade, algum tipo de doença renal crônica ou outros tipos de doenças que complicam o sistema imunológico”, esclarece o médico.
O infectologista destaca o fato de que as pessoas funcionam como “correntes”. Ele explicita que às vezes você pode até estar saudável e vacinado, mas se convive com outras pessoas que possuem alguma vulnerabilidade ou comorbidade, o fato de você se proteger também significa que está cuidando e pensando no próximo. “A gente se protege pela gente e também por quem nos cerca. Houve aumento não só no número de casos de Covid-19, mas também nos casos de sequelas e mortes, principalmente em casos de pessoas que não estavam devidamente vacinadas”, ressalta Crispim.
Prevenção: os cuidados básicos não devem ser esquecidos!
“Estamos com uma alta taxa de transmissão no momento e quando temos muitos casos, as pessoas mais vulneráveis e que não estão totalmente vacinadas podem desenvolver a forma mais grave da doença e vir a óbito”, explica o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, da Secretaria da Saúde (Sesa), Luiz Carlos Reblin.
O epidemiologista Crispim Junior acrescenta que, em hipótese alguma, as pessoas devem se descuidar, perder ou deixar de lado os hábitos básicos e importantes que todos já conhecem, como: usar máscaras (o modelo KN95 é a opção mais recomendada e segura, especialmente para uso em lugares fechados), lavar bem as mãos, usar o álcool em gel, evitar contato físico, entre outros. Mas, o principal é não descuidar das vacinas.
“Não se pode esquecer os cuidados primordiais! O primeiro elemento, que não pode ser deixado de lado, é o uso da máscara. O segundo evitar ou reduzir ao máximo os lugares fechados, pois quanto mais circulação de gente nesses locais, maior é o risco de contágio. Nos casos de ônibus e meios de transporte público, locais de ensino, secretarias e agências bancárias, por exemplo, além de serem fechados sempre há uma grande aglomeração ou circulação de pessoas. No caso de abraços, o contágio pode ser reduzido se houver uso de máscaras. Mas, é claro, beijos e contato direto com vias respiratórias são as maiores fontes de risco de contágio. Outra recomendação fundamental e ser vacinado com todas as doses das vacinas e cuidar para que os familiares e pessoas com quem se tem contato direto também sejam vacinadas”, enfatiza o professor.
Sobre a prevenção, a necessidade dos cuidados básicos e da importância de manter a vacinação em dia para superar as questões da pandemia, o subsecretário de Vigilância em Saúde do Espírito Santo, concorda com o especialista e orienta que seja mantida a atualização dos esquemas vacinais: "O aspecto mais importante é buscar a primeira e segunda dose de reforço, pois temos ainda um número considerável de idosos que não se vacinaram ainda com elas. Segundo, continuar se protegendo com máscaras, evitar contato com alguém que está com sintomas. Sempre que possível testar, mesmo estando assintomático, evitar aglomerações e manter distanciamento. A população também precisa atualizar os esquemas vacinais com o quantitativo de doses referentes à faixa etária”, reforça Luiz Carlos Reblin.
Confira as informações e o quadro de atualização da situação de Covid-19 no Estado disponível em: https://coronavirus.es.gov.br/painel-covid-19-es.